O diálogo como reforço a cidadania
Fecha
2000-10Autor
Oliveira, Newton Augusto Cardoso de
Santos, Carlos Vieira dos
Diniz, Cládice Nóbile
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Visando oferecer subsídios àqueles que, em países que emergem de governos autoritários, estao trabalhando para tornar mais democráticos e produtivos os organismos encarregados de fazer cumprir a lei, especialmente as polícias, apresenta-se como Portugal, país com mais de 25 anos de democracia implantada, com a cooperacao das Nacoes Unidas, promoveu uma mudanca cultural conseguindo superar divergências e desconfiancas mútuas entre populacao e funcionários, valendo-se do exercício do diálogo, reforcando a cidadania. Buscando identificar os mecanismos que facilitaram as mudancas culturais, para sua compreensao a fim de possibilitar aplicacoes em outras sociedades, a pesquisa fundamentou-se em metodologia explicativa dos fenômenos, procurando estabelecer um marco teórico a respeito do estabelecimento de diálogo entre a populacao e o governo. Na experiência de Portugal, verifica-se que apesar da democracia estar fortemente presente no cotidiano das pessoas, as práticas autoritárias ao longo dos 50 anos de regime ditatorial criaram uma cultura que levava os cidadaos a retraírem-se quando se encontravam em um ambiente onde havia a presenca de um funcionário encarregado de fazer cumprir a lei. Observou-se que tal fato acontecia nao exclusivamente devido à característica do trabalho dos organismos governamentais encarregados de fazer cumprir a lei, de cumprir o mais rapidamente possível as ordens relativas à manutencao da ordem pública, mesmo às custas de sacrifícios impostos às pessoas, o que leva a esses funcionários a terem dificuldades de estabelecer limites entre práticas autorizadas e as que trazem a uma imediata produtividade. A polícia, como instituicao, comecou a sofrer modificacoes mesmo antes de Portugal entrar na Uniao Européia, consequentemente a questao nao era ocasionada pela observacao de atitudes que o cidadao reprovasse, mas sim, por toda sua história. Era uma questao cultural. Da sociedade e da organizacao. Esse peso da história era sentido nas comunidades pobres e naquelas das diversas etnias residentes em Portugal, oriundas das suas ex-colônias. Para superar essa situacao, diversas organizacoes, portuguesas e internacionais, desenvolveram programas para possibilitar mudancas culturais, de forma a fomentar uma cultura de cidadania onde as responsabilidades sao compartilhadas pelo cidadao e pelos funcionários encarregados de fazer cumprir a lei. Relata-se, neste caso, o trabalho desenvolvido pela Escola Superior de Polícia, em cooperacao com as Nacoes Unidas, para conseguir que se estabelecessem conversacoes entre policiais e líderes das comunidades éticas do pais. Desses esforcos, resultou uma abertura ao diálogo, absolutamente imprescindível à sedimentacao da democracia. Essa experiência, a Nacoes Unidas trouxe para a cidade do Rio de Janeiro e procura adaptar à realidade local. Apresentam-se pontos que estao norteando as acoes locais e adianta-se alguns resultados esperados. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, o seu governo estava empreendendo uma experiência de intervencao e reforma educacional na Secretaria de Seguranca Pública do Estado do Rio de Janeiro, de 1999/2000. Um panorama geral é apresentado por um de seus autores, como uma carta ao leitor. Nos dois casos, é feito uma rápida análise do ponto de vista do diálogo entre autoridades e funcionários do Estado e os cidadaos, necessário para fortalecer a cidadania e a democracia.