Por que é difícil fazer coisas no governo? A experiência e o modo de governar de 2001 a 2012 da administração pública do Município de Amparo, Brasil. Considerando três dimensões de poder: autoridade-ordem, disciplinamento-controle e cooperação-consenso
Resumo
Após a vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal de 04 de maio de 2000 novas questões surgiram na gestão da administração pública no Brasil. Como administrar gastando apenas o que se arrecada em um exercício? Como viabilizar o programa de governo eleitoral em um plano de governo capaz de ser realizado, tanto do ponto de vista de organização e articulação política, quanto do ponto de vista financeiro? Como administrar uma máquina pública herdeira de problemas estruturais básicos, seja de infra-estrutura administrativa (frota de veículos, computadores, informatização, má gestão de arrecadação, etc.) quanto de infra-estrutura urbana e rural (má conservação da cidade, loteamentos irregulares, ocupações clandestinas, insuficiência de redes de água e esgoto) ou social (áreas como saúde e educação)? Entendemos que realmente era necessário moralizar as administrações públicas. Não podíamos mais assistir administrações gerando gastos desnecessários, gerando altos déficits financeiros de um exercício para outro, com conseqüências graves para a implantação de políticas públicas para a população. Porém, outra questão está dada: isso realmente é coisa do passado? As Prefeituras estavam preparadas administrativamente para atender estas novas regras? Por que continuam a gerar déficits? Por que ainda continuam os problemas estruturais? Será que conseguimos avançar na profissionalização , desenvolvendo uma capacidade tecno-política nas administrações municipais? Por que é difícil fazer as coisas no governo? A proposta é fazermos uma reflexão sobre o momento político que estamos vivendo. Nossa capacidade de realizar uma gestão, viabilizar um projeto político e atender as necessidades de nossa população, mas ao mesmo tempo tendo responsabilidade por nossas ações para o cumprimento dessas novas legislações. É possível?