Centralizar para ganhar ou descentralizar para servir: um serviço de radioterapia ao serviço de uma região
Resumo
O cancro é a segunda causa de morte na União Europeia, responsável por uma incidência de 4.000 novos casos ano por milhão de habitantes. A radioterapia tem aplicação em 50 a 60% dos doentes oncológicos. Com a alteração dos hábitos sociais e o envelhecimento da população espera-se um aumento neste valor de 1,5% ao ano. O que, em consequência, aumentará a procura destes serviços. Em 2008 foi criado o primeiro Centro Oncológico fora dos grandes centros urbanos, em Portugal, por forma a evitar grandes deslocações dos pacientes e com o objectivo de se traduzir numa diminuição de custos financeiros e sociais para o estado, utentes e suas famílias. Perante tal medida, e passados dois anos, começam a surgir-nos, enteoutras, as seguintes questões: A que nível será atingida a eficiência num serviço de radioterapia numa região periférica? Qual o acréscimo para à qualidade de vida, destes doentes, com a prestação destes serviços, de forma descentralizada geograficamente? Serão os equipamentos e os recursos humanos suficientes e em número adequado para a população existente? . Foi a partir destas e de outras interrogações que emergiu o tema de investigação que aqui hoje apresentamos Centralizar para ganhar ou descentralizar para servir? Aplicação a um serviço de radioterapia periférico . Definindo como objectivo principal averiguar as vantagens e desvantagens sobre a (des)centralização destes serviços em determinadas zonas geográficas ditas mais periféricas. Os resultados obtidos apontam para diferenças significativas quando comparamos os custos do tratamento no centro de tratamento periférico com o centro da grande região urbana. Esta diferença teria sido ainda mais significativa se tivéssemos tido a oportunidade de contabilizar os custos sociais inerentes à deslocação destes doentes entre ambas as instituições.