A determinação social em saúde e o empoderamento do cidadão

Abstract

A visão contemporânea da saúde procura superar a concepção da mera ausência de doença, ocupando um papel de grande importância na produção da qualidade de vida da população, o que ocorre em face de uma mudança no perfil das doenças, fenômeno causado pelos novos padrões da sociedade atual. Ressalta-se o momento de transição demográfica, caracterizada pela diminuição das taxas de natalidade e aumento na expectativa de vida, refletindo um aumento progressivo na população idosa, que exige uma reorientação na prestação de serviços. Deve-se considerar também um novo padrão de mortalidade, que tem sua origem muito mais voltada ao estilo de vida adotado e aos fatores de risco que estes podem gerar, como o sedentarismo, uma má alimentação e a dependência química. Nesse sentido, destaca-se a determinação social da saúde, pois muitos elementos do meio social que afetam a qualidade de vida da população, como as condições de trabalho, renda, moradia e educação, são também geradores das condições de saúde da mesma. Em virtude dessa relação mútua que os fatores sociais, econômicos, culturais, ambientais e políticos são considerados importantes determinantes do estado de saúde, exigindo políticas capazes de atuar sobre os mesmos. A saúde é pensada então num sentido mais amplo com a premissa de que todas as pessoas devem ser capazes de alcançar condições adequadas de saúde. Para tanto, deve a sociedade contar com um ambiente que permita esse ideal, tendo acesso às informações necessárias para assumir o cuidado da própria saúde, além das oportunidades de intervirem na escolha por uma vida mais saudável. Considerando que os problemas de saúde não se restringem apenas ao setor saúde, o Governo de Minas Gerais vem implementado um rol de ações intersetoriais, que acabam por tratar o cidadão de maneira integral, com a premissa básica de munir-lhe de condições para co-participar no cuidado da própria saúde e colocá-lo no centro das decisões políticas.