Curso de Especialização em Gestão Pública de Saúde: a utilização de ambientes virtuais de aprendizagem como apoio as aulas presenciais

Abstract

O presente trabalho apresenta a metodologia e a estratégia educacional, com uso de novas tecnologias, adotadas no módulo Programa de Desenvolvimento Gerencial (PDG Saúde) da segunda edição do Curso de Especialização em Gestão Pública de Saúde voltado a trezentos funcionários no cargo de gerência nas Secretarias Municipais de Saúde do Estado de São Paulo. O objetivo geral foi o de incentivar a implementação de procedimentos e estratégias contemporâneos/alternativos nos diferentes níveis da administração pública relacionada ao Sistema Público de Saúde.

O curso foi promovido pela Secretaria da Saúde o Estado de São Paulo (SES) e o Conselho de Secretarias Municipais do Estado de São Paulo (COSEMS), em parceria com a Escola de Governo e Administração Pública do Estado de São Paulo (Egap) vinculada à Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap). A coordenação foi da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Saúde de Misericórdia de São Paulo, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e a execução coube a oito universidades no estado de São Paulo, entre elas Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de São Paulo, Universidade Estadual de Botucatu e Faculdade de Enfermagem do Estado de São Paulo.

Os conteúdos do módulo, definidos em estreita interação entre as equipes de coordenação da Fundap e da SES, abordaram, principalmente, as competências relacionadas ao planejamento orçamentário e financeiro, à gestão de projetos e processos, à contratualização de resultados, ao desenvolvimento de líderes e pessoas e a gestão do conhecimento e inovação. O que se buscou, em última análise, foi estabelecer a sintonia entre a implementação de políticas sociais e as novas tecnologias e padrões de gestão, com a elevação da capacidade do corpo gerencial para coordenar e implementar, de forma integrada, os projetos e processos de trabalho.

Configurou-se em um módulo semipresencial (ou blended-learning) em função do perfil e da disponibilidade do público-alvo. Essa estrutura pedagógica desenvolvida, de formação presencial e a distância mediada por computador, contou com elementos complementares no sentido das temáticas serem trabalhadas em encontros presenciais semanais em salas de aula na cidade de São Paulo, e, no período entre uma aula e outra os alunos realizavam atividades individuais e coletivas de aprofundamento, fixação e prática em um ambiente virtual de aprendizagem (AVA).

A metodologia adotada foi a de ensino-aplicação, em que a relação do aluno com o conhecimento é mediada pela realidade do seu trabalho. O conteúdo do trabalho e sua organização são objetos de reflexão e avaliação crítica, a partir da utilização de conceitos, instrumentos e técnicas apropriados. A partir do desenvolvimento dessa postura crítica, o aluno pretende-se que o aluno possa rever e redimensionar sua ação e sua relação com o trabalho, com as pessoas e com a organização. Ao final, o módulo teve como produto propostas de projetos passíveis de implementação para melhoria imediata das condições reais de trabalho de cada aluno.