La sociedad civil como campo de luchas, como recurso gerencial y como espacio ético
Resumo
Tomando como parâmetro o conceito de sociedade civil elaborado por Gramsci, o artigo pretende dialogar criticamente com as demais idéias de sociedade civil que hoje buscam-se afirmar no panorama político e cultural. Seu principal argumento é que, nas últimas décadas, transitou-se de uma idéia de sociedade civil como campo predominantemente político-estatal, palco de lutas democráticas e novas hegemonias, para uma imagem que converte a sociedade civil ou em recurso gerencial -um arranjo societal destinado a viabilizar tipos específicos de políticas públicas-, ou em fator de reconstrução ética e dialógica da vida social. Por um lado, a incorporação da idéia de participação à linguagem do planejamento fez com que a sociedade civil se deslocasse de seu campo principal (o da organização de novas hegemonias) e se convertesse num espaço de cooperação e gestão da crise. Por outro, a expansão do ativismo social, num quadro de crise da política, do Estado e da democracia representativa, impulsionou a busca de um novo "lugar", a partir do qual fosse possível estabelecer e disseminar novas postulações éticas e novos procedimentos coletivos. De uma fase em que o marxismo preponderava nas discussões e deixava sua marca, ingressou-se numa fase em que a perspectiva liberal, afirmada de modo ortodoxo ou nuançada, prevalece e opera como referência principal. Em decorrência desta movimentação, as ciências sociais passaram a trabalhar com três conceitos principais de sociedade civil, que estão estruturados a partir de distintos programas de ação e diferentes influências teóricas. Flutua-se entre estes conceitos, tanto no plano teórico quanto no plano mais imediatamente político. Eles, na verdade, freqüentam-se reciprocamente, remetendo-se uns aos outros. Mas têm impactos e desdobramentos políticos completamente distintos. M.A.N.