Gestão participativa na organização de uma rede de reabilitação em saúde pública

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Data
2002-10Autor
Coelho, Ana Elizabeth Botelho Duarte
Lobo, Sandra Torturella
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Mostrar registro completoResumo
O tema deste trabalho está pautado na necessidade eminente de se estabelecer na Cidade do Rio de Janeiro, uma política de saúde coletiva que contemple a assistência a pessoas portadoras de deficiência, garantindo uma postura ética e estética em reabilitação. Relatamos aqui a experiência de implantação e implementação de uma rede de assistência organizada, descentralizada e hierarquizada por nível de complexidade, com serviços que acompanhem as pessoas portadoras de deficiência para que atinjam o nível ótimo de suas possibilidades, melhorando sua qualidade de vida e permitindo que vivam sua diferença na sociedade com dignidade, autonomia e liberdade. Trata de uma proposta multiprofissional e interdisciplinar que está sendo construída a partir do compromisso em atender as necessidades terapêuticas de reabilitação daqueles que cuidamos, visando a inserção social e incluindo a pessoa portadora de deficiência na reconstrução de sua história, portanto com direito à cidadania. Trabalhamos por um novo paradigma de reabilitação que não parte de tratamentos e sim de serviços com dispositivo humano, afetivo e solidário, além de científico, que pressupõe um novo olhar técnico capaz de determinar modificações no entorno de cada cliente, além de tratá-lo. Entendemos que a Secretaria Municipal de Saúde, como gestora final das ações de reabilitação em saúde, necessita assumir a responsabilidade de garantir a execução destas complexas atividades, estabelecendo prioridades, definindo papéis, identificando instrumentos de política e esquemas organizacionais do setor público e analisando problemas de alocação de recursos para priorizar gastos. Uma gestão que pretende ser compartilhada e colaborativa em lugar de autoritária, corporativa, normativa e competitiva. O indivíduo portador de deficiência é um cidadão de direitos e necessidades especiais que precisa receber ações integradas dos vários setores, saúde, educação, urbanismo, trabalho, assistência social com o objetivo de promover a maior autonomia possível. O modelo de atenção ao portador de deficiência se mostrou por muito tempo bastante setorizado. A saúde fazia sua política, a educação a sua, o desenvolvimento Social a sua, sem por vezes pensar em entrelaçar estes setores em prol de uma política cuja ética comum é a do respeito ao direito a cidadania plena de todos os indivíduos. O movimento só é realmente de inclusão se empreendido por ações intersetoriais e complementares, envolvendo tanto as esferas governamentais como as parcerias com as várias entidades e a sociedade em geral, buscando a equiparação das oportunidades do deficiente na rede social existente.