Açoes compartilhadas na universidade : a ética como diferencial competitivo para o estabelecimento de parcerias confiáveis
Abstract
A ética, como fator de confiabilidade e de produção nas modernas organizações e, em especial nas Universidades, converte-se também em fator competitivo fundamental para a sua credibilidade interna e externa. Essa credibilidade é que possibilita o exercício real da capacidade de trabalho em equipe em nível interno e a capacidade de estabelecer parcerias duradouras e frutuosas em nível interinstitucional. No contexto maior da sociedade, a credibilidade das instituições vai possibilitar não apenas as condições de progresso, mas sobretudo de desenvolvimento, conceito muito mais denso do ponto de vista da ética. Para tanto, torna-se necessário compreender, sob o prisma da ética aplicada, o significado e o alcance das ações compartilhadas, o que será visto dentro da esfera de atuação de uma Universidade. Este trabalho se propõe, portanto, a discutir e apresentar as ações compartilhadas no âmbito das universidades, como resultante de princípios e valores igualmente compartilhados e como exigência do papel múltiplo de suas atividades. Mostra-se que a coerência entre o discurso e a prática corrente na organização decorre igualmente da eticidade dos seus gestores e do "eu ético" dos membros que fazem e organização universitária. Deste modo, o ensino, a pesquisa e a extensão devem possibilitar, seja no nível interno ou externo, uma vivência mais expressiva dos princípios éticos em uma cadeia de valor que envolve os gestores, a comunidade interna e a sociedade em que se reflete a sua imagem, inclusive através dos profissionais que forma, na medida em que se revelam aptos e competitivos diante das novas oportunidade de trabalho. Ressalta-se que essa capacidade de absorção dos profissionais formados pela universidade vai depender, em muito, do tipo de relacionamento ou de inserção da própria universidade na sociedade e de sua sintonia com o mundo do trabalho. Para uma melhor discussão dessa questão, o autor propõe o conceito de "equilíbrio ético" da organização como fundamental para a compreensão do sentido ético das ações compartilhadas e para a definição de critérios válidos de escolha da organização com a qual se deseja estabelecer parcerias frutuosas e duradouras. Ao final, são apresentados alguns subsídios como contribuição para uma reflexão inicial por parte dos gestores e dos membros dos comitês de ética das universidades para uma avaliação de sua capacidade de estabelecer parcerias estratégicas em suas múltiplas atividades e de relacionar-se e com os processos, as tendências e as exigências futuras do mundo da trabalho postas pela sociedade.