A experiência das conferências nacionais como mecanismo de participação institucional no Brasil
Fecha
2014Autor
Oliveira, Adriel Rodrigues de
Martins, Simone
Silva, Edson Arlindo
Cunha, Fábio Simão da
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
As conferências nacionais são o mais importante mecanismo de participação institucional no ciclo de políticas públicas no Brasil. A tradição de conferências nacionais remonta aos anos 1940, quando ocorreu a primeira conferência nacional da saúde, durante o governo Vargas. As conferências nacionais podem ser compreendidas como reunião de representantes do Estado e da sociedade civil para a formulação de propostas para determinada política pública ou mesmo deliberar sobre políticas públicas no nível nacional de governo. São convocadas pelo governo federal e ocorrem em três etapas e níveis: municipal, estadual e nacional. A partir de 1988, a nova constituição estabeleceu a participação social nas áreas da saúde e da assistência social, o que, de certa forma, induziu as conferências nacionais a serem institucionalizadas. Contudo, foi a partir de 2003, com a eleição de Lula e a ascensão ao poder do Partido dos Trabalhadores, que ocorreu expressiva disseminação dos conselhos e expansão das conferências nacionais. Até o início de 2012, haviam sido realizadas 115 conferências em diversas áreas temáticas, sendo 74 durante o governo Lula. Entre 1991 e 2011 realizaram-se 80 conferências, sendo 21 na área da saúde, 20 sobre minorias, 6 de meio ambiente, 22 sobre Estado, economia e desenvolvimento, 17 em educação, cultura, assistência social e esportes e 11 sobre direitos humanos. As conferências nacionais se constituíram assim em principal processo de participação social no ciclo de políticas públicas no Brasil, e também em marca registrada dos governos do Partido dos Trabalhadores.