Três hipóteses teóricas e uma situação empírica: a coordenação governamental na Rede de Proteção Social do governo do estado de Goiás
Resumo
Existem pelo menos três hipóteses capazes de iluminar o problema da cooperação e coordenação governamental. A primeira, clássica nas abordagens econômicas, enfatiza os cálculos de racionalidade que operam contra a cooperação e os conseqüentes custos da coordenação num ambiente de escolha racional. Uma outra, própria da vertente analítica que toma como objeto os atores governamentais, explora preferencialmente a lógica dos papéis institucionais, com ênfase no comportamento das burocracias públicas. A terceira, mais próxima da literatura que explora as mudanças do modelo do Estado e da administração pública, privilegia os efeitos da competição intersetorial e inter-burocrática num ambiente de disputa por recursos escassos. O trabalho examina essas três hipóteses alternativas sobre os problemas da coordenação governamental e descreve uma situação empírica onde logrou-se êxito no estabelecimento da coordenação governamental - a Rede de Planejamento, Orçamento e Gestão e a Rede de Proteção Social do Governo do Estado de Goiás - e avalia o potencial integrador de algumas das modernas ferramentas de gestão, enumerando algumas das condições para o seu sucesso.