O modelo evolutivo para a excelência e sua aplicação na administração pública
Resumen
Há muitos anos a administração pública brasileira vem se esforçando na busca de sistemas de gestão adequados à realidade do país, com suas várias esferas de governo, a especialização das funções do Estado e o distanciamento entre os três poderes. Desde os anos 80 existe a preocupação de levar conceitos administrativos e gerenciais da iniciativa privada para o aparelho de Estado. De acordo com relatórios do BIRD, aproximadamente 11 bilhões de reais são perdidos nos meandros da burocracia estatal. Além do prejuízo financeiro, existe ainda o custo social da ausência de métodos adequados para gerenciar a máquina do Estado. A morosidade judiciária e a inadequada administração dos outros poderes causam um prejuízo incomensurável à sociedade em razão da lenta resposta às demandas sociais. O Governo Federal iniciou diversos programas que visando melhorar a gestão do Estado, desde o Programa Brasileiro de Desburocratização até o PQGF - Prêmio Nacional de Gestão Pública. Tais propostas não têm alcançado os resultados esperados pelas instituições, muitas vezes por não oferecem suporte, consultoria ou monitoramento dos resultados. Com a finalidade de apresentar um modelo sustentável para a busca da excelência, amparado no trinômio aprendizado-crescimento-reconhecimento, de modo a motivar as pessoas para a construção do futuro desejado, foi elaborado o Sistema Evolutivo para a Excelência - SE2 - apropriado às instituições públicas, com vistas à adoção sistêmica dos critérios da excelência das organizações de modo a valorizar as iniciativas já adotadas nos órgãos, buscar o envolvimento de todos e propagar outras dimensões propulsoras da excelência - ética e qualidade de vida - permitindo a identificação de referenciais comparativos e a certificação da evolução das unidades gestoras. Este Sistema Evolutivo para a Excelência é um modelo multidisciplinar de desenvolvimento gerencial direcionado ao poder público que congrega conceitos inovadores na área da tecnologia de gestão com base nas escolas japonesa, americana e européia. Deste modo, não determina padrões de referência a priori, que correm o risco de burocratizar ainda mais as rotinas de trabalho, mas sim mobiliza as pessoas para repensarem as atividades de forma holística, dentro do conceito de melhoria contínua, com abertura para novas tecnologias que visem dar efetividade e transparência ao serviço público. É um passo decisivo rumo ao planejamento participativo, um desafio inerente à democratização da justiça. A dinâmica própria de implementação do SE2, onde as pessoas da própria organização assumem o papel preponderante na condução do processo de mudança, na implantação de inovações e no monitoramento de resultados garante a criação e o compartilhamento de uma visão de futuro que é constantemente perseguida por todos os envolvidos. Deste modo, reduz o stress organizacional frente à inovação - novos métodos e processos, assim que validada sua aplicação pelas equipes de trabalho, tem intenso apoio das pessoas na aplicação - o que leva à superação de resultados. O posicionamento das pessoas, quando efetivamente participam da construção de seu futuro comum, já não é mais orientado à tarefa, do tipo "- O que devemos fazer?", mas sim à construção de uma nova realidade "- Onde podemos chegar?"