Reflexões sobre a função social da educação na formação dos gestores públicos brasileiros

Abstract

Num país que busca seu desenvolvimento tendo como base de justiça, cidadania e bem-estar social, a dimensão econômica e a dimensão social não podem ser consideradas de forma dicotômica. Os resultados econômicos só assumirão efetivamente proeminência quando alicerçados e canalizados para os benefícios sociais com total preservação dos aspectos culturais e ambientais.

No Brasil, o desenvolvimento sustentável tem revelado grande fragilidade, isto é, os resultados econômicos não têm sido geridos de forma conducente à solução dos problemas sociais. Em decorrência a ação e a formação dos gestores públicos -federal, estadual e municipal- têm sido amplamente questionadas.

Assim, buscou-se nesse ensaio identificar a relevância do papel social da educação na formação dos gestores públicos brasileiros numa perspectiva de desenvolvimento sustentável ancorado sobre a interface entre três importantes processos: crescimento econômico com equidade social e equilíbrio ecológico. Para tanto, foram tomados dois campos de análise: trabalho gerencial no âmbito da administração pública e ensino em gestão governamental.

A formação dos gestores públicos -relação fortemente imbricada entre processos de trabalho e processos educativos- grita por transformações e iniciativas que só produzirão resultados a médio e longo prazos. Não se pode, todavia, adiar o início delas. Omitir-se, acomodar-se, não agir proativamente, deixar-se levar pelos acontecimentos significa deixar de propiciar a formação dos gestores públicos no sentido do bem estar da sociedade brasileira.