O social não é responsabilidade só do público
Abstract
As grandes transformações tecnológicas, o desemprego, as desigualdades sociais e a degradação ambiental são algumas marcas da sociedade contemporânea. Comumente associados a conseqüências diretas da modernidade e do capitalismo, esses fatos são inevitavelmente justificados por um conjunto de valores vigente, como o individualismo, o utilitarismo e a competição. Tal configuração se desenha como própria de uma racionalidade antropocêntrica, que norteia as relações sociais modernas desde os primórdios da modernidade. Em função do que se poderia denominar disfunções do capitalismo, observa-se no momento uma evidente preocupação com a ética, concretizada nos discursos que valorizam a responsabilidade social corporativa, o cuidado com o meio ambiente, a defesa da cidadania e a participação coletiva nas decisões políticas, dentre outros. O chamado terceiro setor adquiriu maior relevância graças a esse movimento, ampliando os espaços onde se é possível construir cidadania e promover o desenvolvimento social.